Prefeito gera fake news sobre reforma do Polo para beneficiar seus apoiadores
O
prefeito Roberto Cláudio tem se mostrado avesso ao diálogo racional com os
setores organizados do Conjunto Ceará em relação ao desenvolvimento sustentável
da comunidade. As intervenções da Prefeitura Municipal de Fortaleza no bairro
têm sido conduzidas à revelia de qualquer planejamento estratégico e distante
de uma harmonia desejável para com as reivindicações históricas dos movimentos
sociais que atuam há décadas no local.
As
consequências da postura política autoritária e guiada exclusivamente por interesses
eleitorais de representantes da Prefeitura de Fortaleza, tem custado um alto
preço ao futuro do Conjunto Ceará. Preocupados apenas em atender aos seus cabos
eleitorais e aliados partidários, os representantes da Prefeitura têm causado
estragos irreversíveis à cultura e à organização urbanística do bairro. Basta
lembrar a mudança do nome da AV. B realizada à revelia da comunidade por
iniciativa de um outro apoiador do Prefeito e com sua anuência. Observe-se
também a desorganização urbana, a insuficiência na saúde pública, a ocupação
indevida de espaços públicos por comerciantes com autorização e/ou omissão da
Regional V e dos órgãos de fiscalização da Prefeitura, custando a perda de
imensas áreas de uso e convivência comunitária dos moradores.
A
atitude oportunista e eleitoreira de representantes da Prefeitura tem gerado
situações ridículas e revoltantes, como é o caso da Reforma do Polo de Lazer do
bairro. Roberto Cláudio tentou atribuir a conquista da obra a seu apoiador, um
político sem nenhuma identificação com a luta histórica de mais de 20 anos
travada pelos grupos culturais, coletivos e movimentos sociais que reivindicam
a reforma e requalificação do espaço. Nesse caso, as fake news ficam claras e inegáveis diante da incapacidade do
apoiador do prefeito de ter qualquer protagonismo ante a crise que paralisa a
obra.
Essa
postura gera desgaste político para o Governo do Estado que não consegue
concluir a obra devido às ingestões eleitoreiras de representantes da Prefeitura,
sendo que esta é apenas parceira do Governo estadual e não poderia estar
atribuindo paternidade falsa à reforma. Entretanto, o que importa para a
comunidade é o diálogo participativo, a inclusão dos empreendedores no projeto
com a devida conclusão da Reforma do Polo de Lazer e não as práticas politiqueiras
de cabos eleitorais em nome da Prefeitura.
Ultimamente,
um dos maiores descasos da Prefeitura foi a transferência da feira de carros
usados da Parangaba para o Conjunto Ceará, sem consulta à comunidade e sem
estudo sobre os danos sociais e ambientais. A feira foi colocada diretamente em
cima de nascentes de água natural de uma área de preservação e de uso institucional
(uso não comercial), local que abrigava a última grande reserva de vegetação
nativa do Conjunto Ceará.
Uma
feira de carros usados que já foi retirada das margens da lagoa da Parangaba
por ser nociva ao meio ambiente e ao ordenamento público do local, e por isso,
rejeitada por todas as outras comunidades (mais atentas) para onde tentaram
levá-la. Se agisse democraticamente e respeitando a comunidade, Roberto Cláudio
saberia que historicamente o movimento sociocultural do bairro defende a
requalificação dessa área como espaço verde para convivência comunitária,
prática de caminhadas e preservação do meio ambiente, com projeto de
iluminação, urbanismo e estruturação de um miniparque ecológico para conservar
o que resta de vegetação nativa e as nascentes de água natural.
Mas,
o prefeito não dialoga e muito menos consegue imaginar que a comunidade tenha
intenções tão civilizadas. Ele só quis livrar a Lagoa da Parangaba dos impactos
negativos da feira de carros usados e achou que seria uma boa ideia empurrar o
problema para o Conjunto Ceará. Afinal, sabia que os seus apoiadores e cabos
eleitorais sairiam em defesa dessa irresponsabilidade ambiental, tentando
convencer a comunidade de vantagens que, na verdade, se anulam diante dos
prejuízos econômicos, culturais, sociais e ambientais.
O
resultado da ação antiambiental da Prefeitura se faz sentir nos impactos
negativos causados à região. São milhares de metros quadrados de terrenos públicos
pertencentes à coletividade, e que estão sendo invadidos por comerciantes de
carros usados e outros negócios. Estão se apoderando de graça (“tipo 0800”) de
uma das áreas mais valorizadas do bairro, erguendo estruturas de tijolos e
metal, soterrando fontes de água, destruindo vegetação nativa. Há também invasores
mais antigos que já se encontravam no local que passaram a ampliar as suas
invasões e a negociar parte das terras que ocuparam para abrigar os veículos e
negócios da feira. Tudo isso feito bem “debaixo do nariz” dos fiscais e
gestores públicos da Prefeitura de Fortaleza que fingem que nada de errado está
acontecendo e deixam a comunidade indefesa diante da espoliação urbana desenfreada.
Diante
de tudo isso cabe se perguntar, e as “lideranças comunitárias”? Várias das
referências comunitárias conhecidas, estão abertamente encobrindo e até mesmo
defendendo as posturas antidemocráticas e desrespeitosas da Prefeitura para com
a comunidade. Algumas dessas pessoas estão, inclusive, tentando se aproveitar
eleitoralmente da situação, visando votos ao tentar convencer a todos de que as
invasões do espaço público são melhores do que o estado de abandono em que se
encontravam. Como se não fosse papel do poder público, justamente, dar um
destino social para essas áreas e não permitir a invasão por empresários e comerciantes,
até de outros bairros. O discurso do desenvolvimento do comércio local não se
sustenta diante do fato de que a maioria dos ocupantes dos citados terrenos
levam a maior parte dos lucros para longe do bairro. E se eles e seus clientes
compram uma coxinha ou um prato de alimento, ou um pão na padaria da esquina
aos nossos comerciantes, o que representa isto em comparação às invasões de
terrenos que estão entre os mais valiosos do Conjunto Ceará?
Portanto,
é preciso observar, refletir e participar das discussões e mobilizações
do S.O.S. Conjunto Ceará para se informar, formar opinião própria e
atuar na defesa da comunidade que está sendo espoliada por atitudes
autoritárias e politiqueiras de uma gestão que não respeita o cidadão, deixando
consequências urbanísticas e ambientais, muitas delas, irreversíveis também para
o futuro da cidade.
3 comentários:
Certíssimo essa feira é uma palhaçada, e essa reforma do polo não acontece por conta do trafico de drogas no local, como Sempre as autoridades são omissas nas duas situações
Parabéns professor Joatan Freitas. Conjunto Ceará é de luta e vai vencer mais essas batalhas. Estamos Juntos!
professor, vc deveria dizer quem são as tais lideranças que estão se favorecendo com esta feira. O Sr. poderia revelar, ou não tem coragem?
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