Matéria do O Globo deste domingo informa que o ex-diretor do
Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo nos anos 70, o legista Harry
Shibata diz ter revelações a fazer para a Comissão da Verdade, que apura
os crimes da ditadura.
Aos 85 anos, vivendo recluso em uma casa de dois pavimentos e piscina no Alto de Pinheiros, Shibata nega a maior acusação que pesa contra ele, a de falsificar laudos e atestados de óbitos para esconder torturas e mortes no regime militar.
Aos 85 anos, vivendo recluso em uma casa de dois pavimentos e piscina no Alto de Pinheiros, Shibata nega a maior acusação que pesa contra ele, a de falsificar laudos e atestados de óbitos para esconder torturas e mortes no regime militar.
Vladimir Herzog (acervo do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo)
O legista assinou a autópsia do jornalista Vladimir Herzog, o Vlado,
que morreu sob tortura, mas teve sua morte divulgada como suicídio. É
acusado de ter falsificado outros inúmeros laudos. Assinou o laudo de
Sonia Maria de Moraes Angel Jones, que, depois de torturada, teve seus
seios arrancados e foi estuprada com um cassetete. A versão do legista
foi de morte em tiroteio.
Shibata é processado pelo Ministério Público Federal por ocultação de
cadáveres por causa do encontro de ossadas de presos políticos no
cemitério clandestino de Perus, em São Paulo. Em entrevista exclusiva ao
GLOBO, ele confirma que assinou o laudo de Herzog, mas nega ter visto o
corpo.
Fachada da Catedral da Sé no dia da realização do ato ecumênico pela
morte de Vladimir Herzog; 31 de outubro de 1975 (acervo do Sindicato
dos Jornalistas do Estado de São Paulo).
Fontes:
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