Plenária reúne representantes de dezenas de coletivos no Conjunto Ceará
Reunidos em plenária, vários coletivos discutiram a postura dos poderes públicos em relação ao Conjunto Ceará e classificaram como desrespeito extremo a atitude da Prefeitura de Fortaleza de transferir a feira de carros usados da Parangaba para uma área de preservação ambiental no bairro. Também criticaram o abandono da reforma do Polo de Lazer por parte do Governo e a tentativa deste de culpar a comunidade pelo atraso das obras.
Alguns empreendedores relembraram as promessas não cumpridas da Casa Civil do Estado sobre a realocação dos comerciantes do Polo para outro local enquanto a obra estivesse acontecendo, inclusive com containers para abrigar os comércios. E ainda, que após a reforma, Governo e Prefeitura garantiriam o retorno dos atuais ocupantes de espaços e comércios, entretanto, os poderes públicos têm se negado a cadastrar os empreendedores e fornecer um documento que oficialize o retorno deles para o lugar onde trabalham há mais de 30 anos.
Em relação à feira de carros usados, moradores denunciam que o local é inapropriado e afeta o meio ambiente, pois foi alocada em cima de olhos d'agua na área verde principal do bairro. E que, donos de carros estão invadindo os terrenos públicos e se apropriando de grande parte das áreas verdes, diante da omissão dos órgãos de fiscalização.
Os empreendedores questionaram por que a Prefeitura (parceira do Governo do Estado na reforma) não pode realocar os trabalhadores do Polo de Lazer num outro local, provocando assim o atraso da obra, e de repente, fornece toda uma estrutura e realoca no Conjunto Ceará uma feira com centenas de veículos da Parangaba.
Foi denunciado também o caso de um container privado instalado irregularmente no terreno do Centro Cultural Patativa do Assaré, sendo que os invasores alegam ter o apoio da Prefeitura de Fortaleza, e diante do silêncio e omissão desta, questionam se não há alguma ingerência de integrantes da atual gestão neste caso.
Deliberações
*A plenária reiterou o apoio à reforma do polo de lazer e a exigência de que o Governo do Estado respeite o direito social dos empreendedores, garantindo o retorno deles para os espaços que ocupam há décadas;
*Também registrou grande indignação em relação ao desrespeito da Prefeitura de cometer diversas arbitrariedades aos empreendedores na comunidade, além de não dialogar com os coletivos locais e tentar decidir o destino do bairro em acordos unilaterais com vereadores, políticos e cabos eleitorais, sem consultar democraticamente os moradores e agentes sociais atuantes no Conjunto Ceará;
*A plenária entendeu que o Governo do Estado deve voltar imediatamente à mesa de negociação com a comunidade apontando um interlocutor que seja capaz de dialogar com a sensibilidade necessária para compreender as questões sociais, culturais, históricas e comunitárias específicas do Conjunto Ceará;
*A plenária decidiu realizar uma audiência pública conjunta da Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa para discutir a reforma do Polo de Lazer e os impactos da feira de carros usados na área institucional e de preservação ambiental, sob orientação da prefeitura sem consulta à comunidade;
*Foi instituída uma comissão formada por membros dos vários coletivos, comunitários e empreendedores para preparar a Audiência Pública conjunta da Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa, a ser realizada no bairro, no intuito de debater essas questões e a requalificação do Polo de Lazer do Conjunto Ceará.
Movimento S.O.S. Conjunto Ceará
