quarta-feira, 27 de julho de 2016

PARA ALÉM DO CONHECIMENTO

Francisco Joatan Freitas Santos Júnior¹
 (Texto 10)

Todas as pessoas podem em potencialidade compreender o conceito. Mas como a gente conhece os objetos que não podem entrar em contato com a gente? Como uma forma imaterial entra em contato com a matéria? Segundo Popper (1987, p. 33): “O que há de especial no conhecimento humano é que ele pode formular-se na linguagem, em proposições”. Então, o conhecimento parte da percepção sensível que se transforma em linguagem?
Platão despreza o conhecimento sensível refletido em crenças e opiniões, considerados elementos de uma realidade inferior, tal a visão dos homens na “Alegoria da Caverna”. Ao mesmo tempo, entende a episteme, o conhecimento científico como o estágio de raciocínio e indução que alcança a essência das coisas. Na forma ideal platônica, o conhecimento precisa contemplar a essência das coisas.
Aristóteles, pelo contrário, vai valorizar o conhecimento sensível, por isso, não considera que haja diferença substancial entre conhecimento sensível e intelectual, sendo mesmo uma continuação. O conhecimento parte da observação e da experiência na visão aristotélica e pode ser dividido em seis formas: sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. A intuição é a forma intelectual predominante, mas isso não significa que as outras formas de conhecimento sejam falsas, mas sim diferentes, posto que elas se originem de coisas concretas.
Na modernidade, provavelmente por influências aristotélicas, o empirismo vai considerar que o único conhecimento real é o sensível. O sujeito é capaz de entrar em contato com o mundo exterior através da atividade, percebendo o mundo objeto como cognoscível a partir da observação, revelando-se em forma de conhecimento. Considerando-se que a “observação é uma percepção, mas uma percepção que é planejada e preparada” (Popper, 1975, p. 314).
O mundo passa a existir quando o ser humano passa a pensá-lo. Esta simples constatação mostra a importância do conhecimento para o estabelecimento de uma ponte entre o sujeito e o mundo. Portanto, o conhecimento é o grande intermediário entre o ser e o mundo, entre o sujeito cognoscente e o mundo cognoscível. O mundo objeto existe fora do homem, ele é anterior ao homem e existe independente dele. O objeto existe “em si” e quem pensa é o sujeito que apreende o “para si”. Assim, o conhecimento sobre o objeto é sempre parcial. De acordo com Popper (1982, p. 55): “Não há fontes últimas do conhecimento. Toda fonte, todas as sugestões são bem-vindas; e todas as fontes e sugestões estão abertas ao exame crítico”.
Só sabemos da existência do mundo quando o objeto entra em contato com o sujeito, conhecimento sensível, apreendido como imagem, o qual pode se citar entre as faculdades do sensível ou propriedades cognitivas: atenção, juízo, raciocínio, discurso, memória e imaginação. Destarte, a pesquisa faz um recorte, um universo finito de um universo infinito, de forma a fragmentar o estudo e conhecer suas partes. A gente não conhece o calor, conhece o ar quente ou o ar frio, pois calor e frio são conceitos.
Toda percepção é singular, efêmera, seletiva e é apropriada pelo sujeito. “Contudo, Einstein jamais chegou a acreditar que sua teoria fosse verdadeira. Chocou Cornelius Lanczos, em 1922, ao dizer que sua teoria não era mais que um estágio passageiro: chamou-lhe ‘efêmera’” (Popper, 1976, p. 112). O sujeito transforma a percepção em conceito e este conceito é universal, mas não absoluto.
Observando-se o princípio de causa e efeito na natureza, o homem pode apreender o princípio de causalidade, pois tudo tem uma causa. Na filosofia do cogito de Descartes “Penso, logo existo”, ele separa dicotomicamente o corpo da mente, separa enquanto duas substâncias diferentes. Isso teve influencias nas ciências como um todo. Mas, ao contrário do cogito cartesiano, suspeita-se que o ser humano é ao mesmo tempo imanência e transcendência, finito e infinito, “penso isso, logo existo” (André Haguette). Para além de qualquer dualidade, o conhecimento está na relação social por meio da cultura.

Palavras-chaves: Conhecimento, ciência e causalidade.
BIBLIOGRAFIA
POPPER, K. R. Conhecimento objetivo. São Paulo: EDUSP, 1975.
_______. A racionalidade das revoluções científicas. In: HARRÉ, R. (Org.). Problemas da revolução científica. São Paulo: EDUSP, 1976.
_______. Conjecturas e refutações. Brasília: Ed. UNB, 1982.

_______. O realismo e o objectivo da ciência. Lisboa: D. Quixote, 1987. 

[1] Texto apresentado na disciplina de Epistemologia das Ciências Sociais, ministrada pelo Prof. Dr. André Haguette no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará - UECE.

A CONDIÇÃO HUMANA DO HISTORIADOR

Francisco Joatan Freitas Santos Júnior¹
 (Texto 09)

A dicotomia entre sujeito e objeto no estudo da História, paira no horizonte do pesquisador como uma ameaça a produzir crise de credibilidade no universo da pesquisa histórica. O aspecto da condição humana do historiador ao investigar o fato histórico, ao tornar-se objeto e sujeito no mesmo ato de análise, propicia o surgimento de desconfianças de não cientificidade da História e, portanto, revela alguns dilemas do seu desenvolvimento metodológico.
Mas que cientista social não tem esse dilema? Será que as ciências da natureza e, em particular, as ciências biológicas, de certa forma, também não vivem esse dilema filosófico?  Mesmo resguardado de certa distância temporal e usando devidamente as ferramentas científicas, o historiador tende a sofrer os efeitos subjetivos da dicotomia entre sujeito e objeto.  Parece afinal, ser um problema básico das teorias sociais.
O historiador, consciente da sua condição humana, vive o dilema de ter a si mesmo como objeto de estudo, ao mesmo tempo em que é parte interessada nos resultados de sua pesquisa.  Por isso, “nas ciências sociais sujeito e objeto pertencem à mesma categoria e interagem reciprocamente um sobre o outro.” (CARR, 2002, p. 104). 
Segundo Carr (2002), no campo metodológico da teoria da História, além de sujeito e objeto, passado e presente, paira mais adiante, a mesma dicotomia entre fatos e interpretação, sob outras formas, envolvendo o particular e o geral, o empírico e o teórico, o objetivo e o subjetivo.
O dilema do historiador é um reflexo da natureza do homem. O homem, salvo nos primeiros anos da infância e nos últimos da velhice, não é totalmente envolvido pelo seu meio ou incondicionalmente sujeito a ele. Por outro lado, ele nunca é totalmente independente dele nem o domina incondicionalmente.  A relação do homem com seu meio é a relação do historiador com seu tema. O historiador não é um escravo humilde nem um senhor tirânico de seus fatos. A relação entre o historiador e seus fatos é de igualdade e de reciprocidade. (CARR, 2002, p. 65).

O dilema da relação entre o historiador e os fatos históricos, perdura como um impasse eterno, como dúvida necessária e integrante da própria natureza humana. Mas, ao escolher os fatos relevantes dentre os fatos analisados, ele terá também se definido ideologicamente. O historiador ao escrever e analisar a História, parte da seleção dos fatos históricos disponíveis ou conhecidos em sua pesquisa. E, nesse dilema, não há imparcialidade, pois, o historiador inserido em sua práxis sociopolítica, produz e reproduz o discurso que se revela como parte, enquanto conhecimento elaborado, e sujeito que faz repensar o meio social, assim, ele interfere como “cúmplice” construtor e crítico dessa realidade social. “O historiador é necessariamente um selecionador. A convicção num núcleo sólido de fatos históricos que existem objetiva e independentemente da interpretação do historiador é uma falácia absurda, mas que é muito difícil de erradicar” (CARR, 2002, p. 48). 
Alguns historiadores acreditam na ideia de “neutralidade”, com o sentido de “cientificidade” na História, ou seja, como se fosse possível determinar objetivamente a diferença entre o fato histórico e um fato sem relevância. Como se o historiador não tivesse de fazer escolha, mas apenas determinar o fato por suas características inerentes. Como se ele estivesse acima das classes sociais ou nem existissem classes, e só pelos fatos, o historiador pudesse identificar os “heróis” e os “bandidos” na História, como se por um “ato divino” o historiador pudesse “separar o joio do trigo”.
Mas, qual o critério científico que nos possibilita ter essa certeza ao definir essa diferença?  Por acaso, os critérios seriam baseados nos documentos oficiais, extraoficiais ou no juízo do senso comum na aceitação dos fatos?
Para os pesquisadores positivistas que acreditam na objetividade da História, sinônimo de “cientificidade”, é como se a realidade falasse por si mesma, sem intermediação subjetiva do ser humano, daí certas afirmações: “contra fatos não há argumentos”. No entanto, há sempre argumentos contra fatos forjados e até contra fatos reconhecidos, por isso, a responsabilidade do historiador enquanto selecionador e investigador dos fatos históricos, se não quiser ser desmoralizado em sua credibilidade ou ser julgado pelo devir histórico.
Entretanto, se o passado não pode mudar, nosso presente pode está aberto a aprender e influenciar o futuro, de forma que a partir da seleção e interpretação dos fatos históricos, se estabeleça uma relação ou um diálogo entre passado e presente num processo contínuo e interativo. Na História é o presente (ou o final) que revela a relevância dos fatos do passado.
Palavras-chaves: História, metodologia, sujeito e objeto.
BIBLIOGRAFIA

CARR, E. H. Que é História? Conferências George Macaulay Trevelyan proferidas por E. H. Carr na Universidade de Cambridge, janeiro-março de 1961.  Tradução Lúcia Maurício de Alverga, revisão técnica Maria Yedda Linhares.  - Rio de Janeiro: Paz e Terra, 8ª ed., 2002.

[1] Texto apresentado na disciplina de Epistemologia das Ciências Sociais, ministrada pelo Prof. Dr. André Haguette no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará - UECE.

O QUE NOS FAZ HISTORIADORES?

Francisco Joatan Freitas Santos Júnior¹
 (Texto 08)

A constatação de Febvre de que a “História era filha de seu tempo” (BLOCH, 2001, p. 7) nos levou à compreensão de que todo historiador é também filho de seu tempo, por isso, sem perder a referência ao ensino de História que influencia os historiadores de “primeira viagem”, nossa intenção é discorrer sobre as possíveis respostas à pergunta: o que nos faz historiadores? 
Adotamos como metodologia o estudo bibliográfico, pois nos permite dialogar com as pesquisas historiográficas de Jean Glénisson (1983) e Bloch (2001), dentre outros. Buscamos compreender as ferramentas teóricas da história que se mostram como requisitos necessários à formação do historiador e ao seu trabalho, como os conceitos de História, documentos, fontes históricas, fatos históricos e que se modificaram ao longo do tempo.
O desafio do que é ser um historiador nos leva às afirmações de Langlois e Seignobos, ao mesmo tempo em que nos esforçamos para superá-las, quando consideram que muitos estudantes seguem a carreira da História, sem consciência da dimensão do que é ser um historiador:
Assim agem sem saber por que, jamais havendo inquirido de si mesmos se estão em harmonia com os trabalhos históricos, dos quais, muitas vezes, ignoram até a própria natureza. Via de regra, a carreira da história é escolhida através dos mais fúteis motivos: porque, quando no curso secundário, se obteve êxito na matéria; porque se experimenta, frente às coisas do passado, aquela espécie de atração romântica, responsável, segundo se diz, pela vocação de Augustin Thierry; por vezes, também, porque se tem a ilusão de ser a história uma disciplina relativamente fácil. (GLÉNISSON, 1983, p, 11)

A História tem a responsabilidade de registrar o legado da produção cultural da humanidade, portanto, não pode ser considerada uma ciência de simples entendimento, e não deve ser por esse argumento indicativo de escolha profissional, pois, na verdade, esse tipo de pensamento é mais um ledo engano de quem não conhece o desafio, uma vez que o estudo histórico é bastante rigoroso.
Diante de uma sociedade que exige provas irrefutáveis de “cientificidade”, e ainda mais, com o crescimento do pragmatismo, utilitarismo e imediatismo das sociedades de mercado, assim como Bloch (2001, p. 41), o historiador enfrenta o desafio de ser constantemente interpelado sobre a utilidade da História: “Para que serve a História?” E, entre tantas possibilidades, romanticamente ele reconhece: “À história, mesmo que fosse eternamente indiferente ao homo faber ou politicus, bastaria ser reconhecido como necessária ao pleno desabrochar do homo sapiens. Entretanto, mesmo assim limitada, a questão não está, por isso, logo resolvida” (BLOCH, 2001, p. 45).
Nas sociedades modernas marcadas pela industrialização, expansão da produção e do consumismo, mesmo compreendendo-se todo o papel transformador do Homo faber e politicus, indicativo de sua historicidade e por mais que consideremos a História como inerente à natureza do Homo sapiens, não basta que ela seja necessária à plenitude conscienciosa do homem para a questão de sua importância estar resolvida.
O reconhecimento dessa necessidade não torna menos imperioso à História a utilização das mais modernas técnicas de investigação e a superação de suas limitações conceituais, ao contrário, torna-se condição singular repensar seus conceitos, principalmente, na atual perspectiva de busca pelas “verdades científicas” ou pelo aval científico.
O historiador investiga os fenômenos ou vestígios das ações humanas no espaço-tempo, principalmente, quando diante das incertezas acerca da veracidade desses conteúdos, muitas vezes, sofre pressão de instituições políticas e socioeconômicas que buscam por motivos ideológicos influir nos resultados. “Está claro que na Política e na História muitos tabus incidem sobre a origem das instituições que exercem uma autoridade sobre a sociedade, em conivência ou não com a própria sociedade” (FERRO, 2003, p. 25).
O ser historiador passa pela compreensão do conceito de História, por isso, este texto se limita aos apartes que entendem a História como uma “ciência em construção”, pressupondo a influência interpretativa do historiador e considerando que a História tem muito mais desafios e incertezas do que verdades.
Palavras-chaves: História, historiadores e ciências humanas.
BIBLIOGRAFIA
BLOCH, Marc.  Apologia da História ou O ofício de historiador.  Prefácio Jacques Le Goff; tradução André Telles.  Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
CARDOSO, Ciro F. S. Uma introdução à História. São Paulo: editora brasiliense, 7ª ed., 1988.
FERRO, Marc.  Os tabus da história.  Tradução de Maria Angela Villela. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
GLÉNISSON, Jean. Iniciação aos Estudos Históricos.  São Paulo: DIFEL, 4ª ed., 1983.

[1] Texto apresentado na disciplina de Epistemologia das Ciências Sociais, ministrada pelo Prof. Dr. André Haguette no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará - UECE.


NO LIMIAR DO FATO HISTÓRICO

Francisco Joatan Freitas Santos Júnior¹
 (Texto 07)

Toda ciência precisa determinar o seu objeto de estudo. No caso da História, o objeto se encontra numa indefinição conceitual, marcado por disputas com as ciências sociais e entre as próprias expressões historiográficas. Mas, segundo Popper (1982, p. 55): “Não há fontes últimas do conhecimento. Toda fonte, todas as sugestões são bem-vindas; e todas as fontes e sugestões estão abertas ao exame crítico”.
Glénisson (1983) apresenta o objeto da pesquisa histórica a partir de uma separação didática: objeto intelectual identificado como fato histórico e objeto material, referindo-se ao documento. No entanto, é muito estranha essa dicotomia entre objeto intelectual e material, pois, um objeto intelectual sem prova de materialidade é pura especulação metafísica, como também é insuficiente o argumento de que objeto intelectual e material seja a mesma coisa, numa representação exata.
Destarte, considere-se que o objeto intelectual da História é o fato histórico.  Mas como defini-lo?  Por que razões é um fato histórico?  O fato existe no documento? Em que medida? Existe diferença entre documento e fonte histórica? Não pretendemos estabelecer respostas fechadas, mas apenas dúvidas reflexivas.
A resposta dos pesquisadores, desde o século XIX, tem passado da certeza do positivismo científico à dúvida do relativismo, de forma que o conceito parece indeterminado, pra não dizer confuso. Diz Glénisson, (1983, p. 124-125): “Deveras, o que se entende comumente por ‘fatos históricos’, são os fenômenos materiais, as coisas que acontecem aos homens: os acontecimentos”. Já os historiadores positivistas, Langlois e Seignobos defendem que o fato histórico é a “matéria-prima da História”, e assim, classificam-no em “fatos materiais conhecidos pelos sentidos (condições materiais: atos dos homens) e fatos de natureza psíquica (sentimentos, ideias, impulsos), acessíveis somente à consciência” (GLÉNISSON, 1983, p. 126).
Nos ditames das ciências naturais, para um fato receber a alcunha de científico, precisaria ser “suscetível de repetição”, testado em laboratório ou que pudesse ser controlado experimentalmente. Porém, por suas dimensões e imprevisibilidade, é muito improvável que um fato possa ser reconstruído em laboratório, parecendo deslizar entre a sua objetividade e a subjetividade do historiador, como se pairasse num limbo metafísico do estudo teórico.
Popper (1974, p. 39), sobre a lógica do conhecimento e a crítica aos dogmatismos reconhece: “Admito, com sinceridade que, ao formular minhas propostas, fui guiado por juízos de valor e por algumas predileções de ordem pessoal”. Assim, neste ambiente de quase “pecado subjetivo”, precisamos determinar as qualidades do fato e identificar sua importância.
“O fato histórico é um fato social”.  Eis o que já pretendia demonstrar LévyBruhl.  “Merecerá”, escreve ele, “a qualificação de fato histórico, todo fato passado tal como se refletir na consciência coletiva, e a importância histórica destes fatos medir-se-á pela importância que tiveram na sequencia dos fatos da mesma ordem.” (GLÉNISSON, 1983, p. 129).

Dessa forma, mesmo que todo fato seja histórico, por ser constituinte de reflexão e ação humana, dificilmente ele será uniforme em seu valor e importância. O historiador terá que fazer escolha e correr o risco subjetivo no exame dos fatos, independente do critério que utilizar, seja cronológico, quantitativo ou de qualidade. O historiador é alguém que faz escolhas entre fatos primários e secundários, de acordo com a afirmação de Carr (2002, p. 48): “O historiador é necessariamente um selecionador”, significando que os fatos secundários não são descartáveis, mas cumprem papéis diferentes no processo de registro histórico.
O fato histórico enquanto objeto de estudo expressa um elemento de constituição da possibilidade científica da História, coadunando-se com a afirmação de Hamdlin (1982, p. 109): “Toda fonte é primária com respeito ao momento no qual foi feita ou escrita; e nenhuma é fidedigna exceto para os assuntos dos quais ela fornece o registro”. No exercício de pensar a História damos um passo teórico de cada vez, pois assim caminha o historiador.
Palavras-chaves: História, fato histórico e conhecimento.
BIBLIOGRAFIA
CARR, Edward Hallet. Que é História? Conferências George Macaulay Trevelyan proferidas por E. H. Carr na Universidade de Cambridge, janeiro-março de 1961.  Tradução Lúcia Maurício de Alverga, revisão técnica Maria Yedda Linhares.  8ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
GLÉNISSON, Jean. Iniciação aos Estudos Históricos. 4ª edição. São Paulo: DIFEL, 1983.
HANDLIN, Oscar. A verdade na história. Tradução de Luciana Silveira de Aragão e Frota e Yone Dias Avelino; Revisão José Eduardo Ribeiro Moretzsohn. São Paulo: Martins Fontes [Brasília]. Ed. Universidade de Brasília, 1982.
POPPER, K.R. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Ed. CULTRIX, 1974.

_______. Conjecturas e refutações. Brasília: Ed. UNB, 1982. 

[1] Texto apresentado na disciplina de Epistemologia das Ciências Sociais, ministrada pelo Prof. Dr. André Haguette no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará - UECE.