sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

O Movimento Hip Hop e a ascensão do Lumpesinato

Nesta última terça-feira (03/12), referências e intelectuais orgânicos do Movimento Hip Hop que pensam e orientam organizações periféricas nas suas lutas sociais conversaram sobre a “teoria marginal” que influencia a periferia há 30 anos no Ceará. A discussão sobre hip hop e lumpesinato contou com a participação histórica de lideranças do movimento no Ceará. Na pauta estavam questões polêmicas sobre a centralidade do trabalho, o papel do lumpesinato e as lutas de classes. O evento ocorreu na Livraria Lamarca, localizada Av. da Universidade, no Benfica.


Sobre o significado da terminologia Lumpesinato não há unanimidade, sendo as principais discordâncias no âmbito dos marxismo acadêmico. Já o Dicionário Online de Português descreve o lumpem com base na “teoria marxista, termo que designa o proletariado, a camada social desprovida de recursos econômicos, sem emprego formal nem consciência de classe; lumpemproletariado”.

Conforme o prof. Joatan Freitas, um texto antigo do Comando Político Unificado que integrava a Juventude Vermelha, a La Femme e o Movimento Hip Hop, entre outros, já discutia a condição extemporânea do lumpem e apontava para a existência de uma “classe social até então desprestigiada e mesmo depreciada pela esquerda tradicional e pelos chamados “marxistas ortodoxos”.

Os teóricos marxistas parecem atrelar o lumpem ao proletariado, pois colocam-no na condição de derivação deste, sem autonomia de classe, ou quando muito, confundindo a situação do lumpem com o “trabalho precariado” ou com o conceito desenvolvido por Marx sobre o exército industrial de reserva. De fato, esta é uma questão refutada pelo movimento e pela discussão no campo hip hop pelo menos há mais de três décadas.


Esse movimento colocava-se como instrumento para desenvolver junto ao lumpem pobre a subjetividade necessária para construir o movimento revolucionário dos “excluídos”.  Avaliava que o capitalismo já atingia o estágio da barbárie e que nesta fase crescia a exclusão e assim aumentava imensamente a classe social, agigantava-se também a tarefa de organizá-la, conscientizá-la e direcioná-la para a tomada do poder.

Fontes:
Comando Político Unificado (CPU) – Material de Formação Filosofia da Práxis, 2005.

Um comentário:

Joatan Freitas disse...

verdade, não entendi nada... será que era para entender?