Espetáculo
teatral continua hoje às 19h00 no Teatro Celina Queiroz – UNIFOR –
ENTRADA FRANCA.
Ontem
(09/08), às 19h00, o espetáculo A Prova de Fogo, de Consuelo de
Castro, foi apresentado em Fortaleza, no Teatro Celina Queiroz -
UNIFOR. Antes do início da peça foi exibido um documentário com
depoimentos de Alípio Freire, José Dirceu, Wanderley Caixe, Marcelo
Rubens Paiva e Fernando Gabeira.
“A
Prova de Fogo” foi a base do curso de interpretação idealizado
por Paulo
Betti que
teve, em seus primeiros momentos, a participação dos quatro sócios
e amigos da Casa da Gávea (Vera Fajardo, Paulo Betti, Rafael Ponzi e
Cristina Pereira). Encantada com a possibilidade de realizar um
trabalho mais aprofundado com esses talentosos atores, Vera escolheu
prosseguir na longa jornada e enfrentar o desafio de dirigir o belo e
comovente texto de Consuelo de Castro. Resgatar o emblemático ano de
1968 é relacionar o fervor político às transformações humanas
desencadeadas pela negação às regras. É ligar a nossa juventude,
humanamente, ao passado, revelando as contradições, o medo, a
opressão, os valores, a crença no coletivo, as paixões.
REALIZAÇÃO
DO EVENTO
O
Evento é de realização da Comissão da Anistia do Ministério da
Justiça em parceria a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas
dos Direitos Humanos do Governo do Estado (COPDH/CE), a Comissão de
Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, as Secretaria
Estaduais da Justiça, da Cultura e do Trabalho, a Secretaria de
Direitos Humanos de Fortaleza, a Câmara Municipal de Fortaleza, a
UNIFOR, a Associação 64/68 - Anistia, o Comitê Cearense pela
Memória, Verdade e Justiça, o Instituto Frei Tito, os Aparecidos
Políticos, dentre outros órgãos públicos e entidades da sociedade
civil.
SOBRE
O TEXTO
“A
Prova de Fogo” se passa durante a ocupação do prédio de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
(USP), na rua Maria Antônia, em 1968, às vésperas do AI-5. A trama
narra os embates sofridos pelos estudantes contra a repressão e as
divergências ideológicas entre o líder estudantil Zé Freitas e
seus opositores dentro do próprio movimento. Freitas propõe a
desocupação da Faculdade, em aceitação às exigências do
governo, mas é deposto pelos estudantes que defendem uma postura
ofensiva no confronto com a polícia. Envolvidos pela atmosfera tensa
da ditadura militar, os conflitos políticos e humanos se
intensificam durante a narrativa, revelando também a efervescente
revolução cultural da época. Freitas vive o fim de um
relacionamento com Júlia Silva, sua opositora, ao mesmo tempo em que
se envolve com Rosa Prado, uma jovem burguesa que perde a virgindade
com o líder estudantil.
SOBRE
A AUTORA
Escrito
em 1968, A Prova de Fogo é o texto de estréia da autora Consuelo de
Castro, proibido pela censura durante anos e sendo premiado em 1974
pelo Serviço Nacional de Teatro (SNT), com o título de “A Invasão
dos Bárbaros”.
Consuelo
ainda é autora de “À Flor da Pele”, de 1969 (Prêmio da
Associação Paulista de Críticos Teatrais – APTC). Em 1974, com
“Caminho de Volta” ganhou o Prêmio Molière, o APTC e o prêmio
Governador do Estado de São Paulo como melhor autora teatral. No ano
seguinte, “O Porco Ensangüentado” e “A Cidade Impossível de
Pedro Santana” venceram o concurso de dramaturgia do SNT. Na década
de 80, escreve “Louco Circo do Desejo”, “Script-Tease” e “Uma
Caixa de Outras Coisas”, espetáculo de 1987, dirigido por Antônio
Abujamra. Tem seu texto “Medéia: Memórias do Mar Aberto” lido
no auditório da Folha de S.Paulo em 1997 assim como “Making Off”,
de 1999. “Only You” ganha a cena em 2000 sob a direção de José
Renato.
SOBRE
A DIRETORA
“A
Prova de Fogo” é a primeira direção da atriz Vera Fajardo. Vera,
que tem praticamente todos os seus 39 anos de carreira dedicados ao
teatro, produzindo a maioria de seus espetáculos, atuou em peças
como "3 Maneiras de se Dançar um Tango", "Obscena
Senhora D“, "Perversidade Sexual em Chicago", "Baal",
"Há Vagas para Moças de Fino Trato", "Bente Altas -
Licença pra Dois", "Álbum de Família", "Trivial
Simples", "Os Órfãos de Jânio", "O Caso do
Vestido", "O Homem que Viu o Disco Voador", “Relicário
de Rita Cristal”, “O Mundo é um Moinho”, “Eu Augusto dos
Anjos”, “Hedda Gabler” e “A Tartaruga de Darwin”, do
espanhol Juan Mayorga, encenada este ano, em comemoração aos 40
anos de carreira de Cristina Pereira, com direção de Paulo Betti e
Rafael Ponzi. Sócia fundadora da Casa da Gávea, Vera criou e
dirigiu o Ciclo de Leituras da Casa por 12 anos.
OBJETIVO
Este
projeto tem como objetivo levar o espetáculo principalmente para a
classe jovem e estudantil com ampla informação e reflexão dos
acontecimentos durante o regime ditatorial brasileiro, contribuindo
para a conscientização daqueles que não viveram naquele período,
preservando hoje a memória dos fatos e prevenindo o futuro para a
não repetição daqueles atos arbitrários. Antes do espetáculo,
será exibido um documentário de aproximadamente 20 minutos com
depoimentos de Alípio Freire, José Dirceu, Wanderley Caixe, Marcelo
Rubens Paiva e Fernando Gabeira.
FICHA
TÉCNICA
Texto:
Consuelo de Castro
Direção
e Adaptação: Vera Fajardo
Elenco:
Igor Vogas
Mariela
Figueredo
Maria
Ana Caixe
Daniel
Lopes
Camila
Moreira
Kalísley
Rosinski
Victor
Gorgulho
Pedro
Henrique Nunes
Pedro
Logän
Marcéu
Pierrotti
Iluminação:
Moisés Farias
Figurino:
Letícia Ponzi
Cenário:
Vera Fajardo e Pedro Logän
Supervisão
de Cenário: Letícia Ponzi
Trilha
Sonora: Vera Fajardo
Direção
Musical e Canções Originais: Pedro Logän
Operadora
de som e Sonoplastia: Ângela Sant’anna
Preparação
Corporal: Duda Maia
Preparação
Vocal: Jaqueline Priston
Assistente
de Direção: Maria Alice Mansur
Projeto
Gráfico: Pedro Logän