sexta-feira, 20 de abril de 2012

Agente da Paz

Grupo discute direitos humanos e inauguração do movimento

O presidente do SIMEC, José Maria Pontes, e representantes da COPDH 

 (Foto: Filipe Dias / SIMEC)

O grupo Agente Da Paz se reuniu nesta quinta-feira (19), no auditório do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará (SIMEC), para discutir as ações de lançamento do grupo. A reunião contou também com a participação especial de Joatan Freitas, Neyla Meneses e Roger Cid, da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas dos Direitos Humanos (COPDH) do Governo do Estado, que explicaram aos presentes algumas ações do órgão e prometeram apoiar o movimento.

O presidente do SIMEC, José Maria Pontes, iniciou a reunião enfatizando a importância da gentileza no dia a dia. "A paz começa por atitudes pequenas. Um 'bom-dia', 'boa-tarde', 'boa-noite' que a gente diz são pequenos gestos, mas de grande valor", disse.

Ele também anunciou estar negociando a vinda do teólogo Leonardo Boff para a inauguração oficial do movimento, que seria no auditório da Assembleia Legislativa. Pontes explica que um evento de tamanha grandeza como este, se acontecer, será de grande importância para a divulgação do Agente Da Paz. "Podemos mostrar ao mundo que, no Ceará, tem gente que pensa a paz", explica.

Quanto à postura do movimento, o presidente do Sindicato dos Médicos é bem enfático: "Não temos cor, partido, religião. Gente de direita e de esquerda é bem-vinda aqui do mesmo modo. Nosso único objetivo é a paz".

Espalhar a paz
O vice-presidente do SIMEC, Samuel Abranques, defendeu a importância do movimento para disseminar a cultura de paz. "Precisamos mostrar às pessoas que é possível sim ter um pensamento para a paz", afirmou. A servidora Nadja Costa concordou, e acrescentou: "Quem sabe não conseguimos fazer com que a cultura de paz vire moda?"

A médica Rossana Brasil reforçou o empenho individual como motor para espalhar a paz. "Se quisermos uma cutlura de paz, podemos tê-la. Só quem pode construir somos nós", disse. Conceição Cidrack, publicitária, mencionou a força do Agente da Paz no Facebook, que já conta com 531 membros, mas defendeu o uso do "virtual" para lutar pelo "real".

O consultor Iran Ribeiro ressaltou o trabalho feito em parceria com o SIMEC para a recuperação de dependentes químicos, e defendeu a valorização das profissões como caminho para a paz. "Se nós não prestigiarmos os professores, os médicos e os profissionais da segurança, vamos ter muitos problemas pela frente", disse Iran.

"Pazear"
O professor e assessor da COPDH, Joatan Freitas, iniciou seu discurso defendendo os direitos humanos que, segundo ele, são para alguns como "defesa de bandido". Mas ele explicou que vai além disso, abrangendo áreas fora da esfera penal, como a saúde. "Quando uma pessoa chega a um hospital, ela precisa da melhor estrutura possível. E nem falo somente da parte física: também me refiro a médicos, enfermeiros e auxiliares bem pagos, que o atendam bem. Algo além disso fere o direito à dignidade humana", exemplificou.

Roger Cid, orientador da Célula de Programas e Ações Afirmativas de Poíticas Públicas para Direitos Humanos, explicou aos presentes o que exatamente eram os direitos humanos, e afirmou que, sem direitos humanos, não pode haver paz. "Os direitos humanos servem para promover a dignidade da pessoa humana. E, para alcançar a paz, é preciso que o ser humano tenha dignidade para viver".

Neyla Meneses, também da COPDH, destacou como maior afronta aos direitos humanos o período da ditadura militar, e contou sua experiência durante o período. "Precisamos que as pessoas tenham a ciência do que a ditadura foi", clamou. Joatan também citou alguns ativistas sociais assassinados recentemente, e pediu que os fatos sirvam de baluarte para a luta pela paz, além de afirmar o apoio da COPDH ao movimento Agente da Paz.

A filósofa Socorro Cavalcante mostrou aos presentes que, além de haver o verbo "guerrear", existe também o verbo "pazear", que significa "estabelecer paz". Ela também explicou o significado de "ser humano", em uma reflexão filosófica. "Nós nascemos seres. E temos que conhecer a humanidade", disse.

Abertura
Quanto à inauguração oficial do Agente da Paz, muitos nomes foram citados. Além de Leonardo Boff, os presentes sugeriram a presença do professor Clovis Nunes e do teólogo Frei Betto. Também escolheram o tema oficial do movimento, que é "Paz Pela Paz", de Nando Cordel.

A próxima reunião ainda não tem data definida, mas será divulgada através da página do grupo no Facebook.
Fonte: Assessoria de Imprensa do SIMEC

2 comentários:

Razek Seravhat disse...

Uma paz pela paz... Como cantam em coro por aí é uma arte pela arte. Não tem sustentação científica nem epistemológica. Só acredito num movimento como este se for identificando e buscando uma paz fundamentada no social.

Joatan Freitas disse...

Caro Razek, minha mais alta estima. Quanto a paz precisamos continuar caminhando! Abraço!